Estamos
quase em fevereiro e eu já tinha desistido de fazer uma retrospectiva musical
de 2016, primeiro, porque ouvi apenas uns quatro álbuns inteiros durante o ano
e, segundo, porque, pelas minhas contas, descobri um total de: 01 artista
diferente ano passado – vindo diretamente da trilha sonora de Esquadrão
Suicida, o que me faz imaginar que a moça já deve estar hypada (se não está,
deveria).
Porém,
vira e mexe me pego pensando nas milhares de pessoas que eu poderia impactar, fazendo
as palavras sagradas de Nick Jonas, Ariana Grande, Shawn Mendes, entre outros,
chegarem aos corações aflitos e necessitados desse Brasil.
O ano do pop
Em maio
vimos o nascimento daquele que seria um verdadeiro exemplar de discão da porra;
Dangerous Woman, da Ariana Grande, é
simplesmente maravilhoso! São 15 músicas e 55 minutos de pura satisfação pop,
com letras deliciosamente safadinhas e vocais afinadíssimos, com direito a
melismas e agudos perfeitamente executados.
O fato de
a Ariana Grande parecer ter 16 anos e ser colocada em posição de símbolo sexual
sempre me incomodou muito, por isso sua série de vídeos cantando acapella é uma
das coisas mais maravilhosas já lançadas – principalmente pela Ariana, que
aparentemente só grava clipe ruim, com o único objetivo de sensualizar para as
câmeras (nada contra, mas acho que ela poderia entregar mais). Se ainda não
ouviu Dangerous Woman e Into You sem os instrumentos, faça isso!
Preferencialmente usando fones de ouvido.
Minhas favoritas são Dangerous Woman (óbvio!), Be Alright e Bad Decisions. Mas eu amo todas as músicas desse álbum, de verdade.
Menção
honrosa para o clipe de Let Me Love You, que apesar de ser mais do mesmo, tem
aquela cena final da Ariana Grande rindo com o Lil Wayne que é a coisa mais
fofa da história dos clipes da Ariana Grande com o Lil Wayne (sério, gente, é
muito fofo!).
ouve meu álbum, vai. nunca te pedi nada... |
Mais
tarde, em meados de junho, fui avisada por meio do twitter de que Nick Jonas
havia acabado de lançar seu terceiro álbum, Last Year Was Complicated. As expectativas eram altas, já que o CD
anterior tinha nos presenteado com ótimos singles, como Jealous, Chains (Nick Jonas cantando acorrentado em uma boate gay pode salvar seu dia) e Numb.
Felizmente,
a graça foi alcançada e Last Year se mostrou o melhor trabalho do Nick Jonas,
pelo menos até agora (pelo menos para quem só ouviu os dois últimos álbuns
dele). O puro creme do pop dançante, choroso e grudento. Recomento muito! É o
tipo de música sofrência que não te deixa sofrer demais porque 1) dá para fazer
uns passinhos, 2) a voz maravilhosa do Nick Jonas distrai e 3) você fica
imaginando aquele cara abençoado cantando essas coisas no seu ouvido. É uma
ótima combinação.
Minhas músicas
favoritas são Champagne problems, Chainsaw e Bacon.
OLAR |
Em
setembro, junto ao meu desemprego, veio Illuminati, o segundo álbum do Shawn
Mendes, o que encaro como uma forma de a vida dar uma balanceada nas merdas
pelas quais ela eventualmente faz a gente passar. Esse foi o único álbum que me
fez deixar Dangerous Woman de lado.
Se você
não sabe quem é Shawn Mendes, aqui vai um resumo: canadense que começou a
carreira aos 16 anos postando covers de Justin Bieber e outros artistas no
Vine, por diversão. Em pouco tempo, ganhou um monte de fãs, gravou dois álbuns,
lotou as principais casas de show da América do Norte e conquistou a admiração
de gente grande como Taylor Swift e John Mayer – de quem ele ganhou uma
guitarra(!!!). É uma das atrações confirmadas para o Rock in Rio desse ano. Ah,
ele tem 19 anos.
A voz do
Shawn Mendes lembra um pouco a do Justin Bieber em seus melhores momentos, mas
ele escolheu o caminho do pop mais acústico, como o Ed Sheeran. Illuminati tem
momentos muito próximos da sonoridade do John Mayer – o cantor até chegou a dar
alguns pitacos na produção desse álbum –, mas não chega a ser apenas uma cópia.
Minhas
favoritas são Ruin (t ã o J o h n M a y e r!), Lights On e No Promises.
ouch! |
Algumas descobertas
Teve
essa moça chamada Grace que ouvi na trilha sonora de Esquadrão Suicida cantando
uma versão de You Don’t Own Me, música-tema da personagem Arlequina. Eu me
recuso a aceitar que as pessoas não foram atrás da mulher depois de ouvir essa mistura
de Joss Stone com Duffy.
Pois
Grace lançou um álbum poderosíssimo em 2016, FMA, cheio de baladas maravilhosas.
Ela nos presenteou com, por exemplo, Church on Sunday, que nos primeiros
acordes já nos dá aquela vontade de ir pra pista e virar rainha do baile, e Hell
of a Girl (como uma música com um nome desses poderia ser ruim?! É boa por
demais!). O disco continua um pouco devagar, mas igualmente delicioso. Ah, ela
tem 18 anos, mais uma prova de que os novinhos vão dominar o mundo mesmo!
Finalmente,
em algum momento do ano, eu fui fazer uma limpa nos meus favoritos e encontrei
um link para o site dessa banda, The Wild Feathers, que estava salvo desde...
2013 (!!!). Se você gosta de um sonzinho indie moderado, vai curtir os moços. Além
de tudo, eles são super simpáticos no twitter e costumam responder a galera.
E é
basicamente isso. Antes de Dangerous Woman eu não faço a mínima ideia do que
tocava na minha playlist, principalmente porque cancelei o Spotify (sdds) e
fiquei sem esses dados – uma parte muito ruim de não ter conta no Spotify que a
gente só percebe na hora de escrever um texto de retrospectiva musical do ano.
Como é
notório, ouvi pouquíssima música brasileira ano passado e esse é um erro que
espero corrigir em 2017. Se bem que eu falo a mesma coisa todo final de ano e
nunca consigo mudar, então se alguém puder me ajudar indicando boas bandas e
artistas brasileiros, ficarei muito agradecida! Se eu conseguir ouvir um álbum
de música brasileira por trimestre já será uma vitória.
E se você leu esse
texto até aqui,