terça-feira, 20 de dezembro de 2016

¡Viva la cucaracha!


Nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos. Nem sempre as circunstâncias ajudam. Em 2013, comprei meu ingresso para ver Papa Roach logo que o show foi anunciado. Dois dias antes da data marcada, o evento foi cancelado porque o vocalista Jacobby Shaddix teve problemas na voz (ou, como circulou na época, devido a uma pífia venda de ingressos) e meu dinheiro nunca foi devolvido – ALOU, INGRESSO RÁPIDO!

Quando um novo show foi anunciado, em setembro deste ano, eu já estava desempregada, mas não hesitei em comprar meu ingresso. Afinal, o dinheiro vai acabar de qualquer maneira, então é bom que eu aproveite bem cada centavo.

Na última quinta-feira, dia marcado para o show, fui atropelada pela Lei de Murphy e tudo parecia estar dando errado. Além do frio incomum para essa época do ano e da chuva insistente que caía em São Paulo, o carro quebrou quando meu namorado voltava do trabalho e acabamos nos atrasando muito.

No caminho, já dentro do trem, um painel mostrava o dia e o horário. As horas indicavam que o show estava para começar, mas o que me chamou a atenção foi a data: 15 de dezembro. Há exatos 9 anos eu havia conhecido The Used e assistido a um show deles, minha banda favorita na época. Respirei fundo. Como diria Rolling Stones, “You can't always get what you want”.

Com 30 minutos de atraso que salvaram minha vida – segundo a organização, atendendo a pedidos dos fãs – Jacoby, Tony, Jerry e Tobin entraram no palco do Tropical Butantã ao som de Face Everything and Rise, do último álbum da banda. Em seguida, foi a vez da recém-lançada Crooked Teeth, que estará no próximo disco do Papa Roach, prometido para 2017. O show continuou com os fãs mais antigos da banda sendo convocados para cantar Between Angels and Insects.

Foi em Hollywood Whore, sétima música da noite, que um problema técnico fez com que as luzes do palco parassem de funcionar. Ficamos alguns minutos no escuro, enquanto Jacoby conversava com o público e com as luzes, na tentativa de fazê-las cooperar. Infelizmente, só parte da iluminação voltou a funcionar. A partir desse momento, devido à fumaça e às luzes brancas, ficou impossível enxergar além da silhueta dos caras.

Apesar disso, o resto do show foi entregue com a mesma emoção e intensidade. Dois mosh pits foram formados; clássicos como Forever e Blood Brothers foram entoados a plenos pulmões; uma versão acústica de Scars tinha tudo para me fazer chorar, mas só me fez desejar pelo menos mais duas músicas só com voz e violão (Carry Me e Lifeline, que ficaram de fora do set).

Apesar de ter sido uma fã relapsa nos últimos anos, gostei do pouco que ouvi dos trabalhos recentes do Papa Roach, por isso o set list focado no F.E.A.R, lançado em 2015, não foi uma decepção. Acho apenas que 17 músicas foi muito pouco, esperava pelo menos 20... e umas!

Os problemas de infraestrutura atrapalharam bastante, mas não tiraram a energia do Papa Roach em momento algum. Foi uma noite de muita música, mas também de conversa. Em vários momentos o Jacoby falou com a gente, pedindo desculpas pelo bolo de 2013, elogiando o bigode e o cabelo de alguém da plateia, simplesmente berrando “¡VIVA LA CUCARACHA!”. Não foi exatamente do jeito que eu gostaria, mas como cantavam os Stones: “...if you try sometimes well you might find/ You get what you need”. Era exatamente o que eu precisava.

Set List

1. Face Everything and Rise
2. Crooked Teeth
3. Between Angels and Insects
4. Getting Away With Murder
5. Warriors
6. Kick in the Teeth
7. Hollywood Whore
8. Forever
9. Blood Brothers
10. Broken as Me
11. Devil
12. Scars (Acústica)
13. Gravity
14. Where Did the Angels Go?
15. Still Swingin’

Bis:
16. Last Resort
17. …To Be Loved

Papa Roach: Site Oficial | Facebook | Twitter | Ouça no Deezer

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Dançando como se fosse 2009

Créditos: Camila Cara/ T4F


Ah, o The Kooks! (insira aqui milhares de suspiros)

Eu nunca quis crescer rápido demais, eu nunca tive RG falso e meu único porre antes dos 21 anos foi totalmente acidental (pedi um copo de vodka pura achando que era Smirnoff Ice, e aí acabei bebendo tudo para não desperdiçar meu suado dinheirinho).

Num piscar de olhos veio a maturidade, a faculdade, novos amigos, a Rua Augusta e então eles, The Kooks. Eu não lembro exatamente como conheci a banda; talvez tenha sido pelo Myspace, ou por indicação de alguém, o fato é que logo eles se tornaram parte da trilha sonora de uma das fases mais loucas da minha vida.

Por terem sido tão importantes, é até estranho que eu só tenha ido a um show deles na quarta vez que o The Kooks pousou em terras tupiniquins, justo quando a faculdade é só uma lembrança distante, os antigos amigos já não ligam mais e as noites de final de semana são muito mais tranquilas.

A banda também sofreu algumas mudanças com o tempo. Ouve uma derrapada com o álbum Junk of the Heart (2011), mas acredito que eles tenham se recuperado com o divertido Listen (2014). Além da mudança de estilo, dos membros originais apenas Luke Pritchard (vocal e guitarra) e Hugh Harris (guitarra) continuam no grupo.

Detalhes da vida à parte, ontem eu pude me teletransportar para o início dos anos 2000 e me agarrar ao que sobrou de melhor daquela época: a música. O show começou com uma sequência de três canções antigas (Eddie’s Gun, Always Where I Need to Be e Ooh La), mostrando que os primeiros trabalhos do The Kooks não seriam deixados de lado no repertório.

Em Westside precisei me declarar para o meu namorado (We can settle down/ Start a family/ Cos' you're my best friend/ And you're so good to me), já a dobradinha Down e Bad Habit serviu para animar todo mundo e mostrar que a banda ainda está em sua melhor forma.

O resto do setlist foi uma mistura perfeita de músicas novas e antigas, intercalando momentos super dançantes (confesso que paguei grandes micos fazendo passinhos na pista) com outros mais intimistas. Das canções calmas, Seaside (Luke fazendo a apresentação apenas com voz e violão), Gap (MINHA MÚSICA FAVORITA DE TODOS OS TEMPOS SOCORRO) e Sway foram surpresas para mim. Não achei que todas elas teriam espaço numa mesma noite e fiquei muito feliz em poder ouvi-las (principalmente Sway, POIS MÚSICA MAIS LINDA DO MUNDO!).

She Moves in Her Own Way foi a última canção antes do bis. A noite terminou mesmo com Junk of the Heart (música que dá nome ao pior álbum dessa banda #neverforget, mas até que é boa) e, finalmente, Naïve.

Por incrível que pareça, senti falta apenas de Do You Wanna, praticamente um hino para mim. Outra falta sentida foi de alguma música inédita, já que o The Kooks promete um novo álbum para 2017. Com sorte, eles virão assim que lançarem o próximo trabalho, cheio de futuras músicas favoritas e hinos que cantarei a plenos pulmões (e dançarei causando vergonha alheia a todos que puderem ver).

Setlist:

1- Eddie's Gun
2- Always Where I Need to Be
3- Ooh La
4- Westside
5- Down
6- Bad Habit
7- See the Sun
8- Sofa Song
9- Around Town
10- Forgive & Forget
11- Seaside
12- Backstabber
13- Gap
14- Taking Pictures of You
15- Killing Me
16- Matchbox
17- Sway
18- Sweet Emotion
19- No Longer
20- She Moves in Her Own Way
21- Junk of the Heart (Happy)
22- Naïve
Via: Setlist.FM